Ilustração: Cartilha da Arquidiocese de Maceió
Em recente audiência pública na cidade de Pirenólopis (GO), o presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, anunciou que o número de eleitores jovens de16 e 17 anos vem diminuindo nos últimos dois anos. O assessor-chefe da Corregedoria-geral Eleitoral do TSE, Sergio Cardoso, explica que é necessário um estudo para identificar as razões dessa diminuição. O voto nessa faixa etária é facultativo
O Tribunal Superior Eleitoral publicou que dos 135.804.433 milhões de eleitores aptos a votar nas eleições gerais de outubro, 1,76% são menores de 18 anos. Enquanto os eleitores aptos aumentam em 7,8% em relação ao eleitorado de 2006, os jovens diminuem a sua participação no pleito. Em 2006 eles eram 2.566.391, cresceram em 2008 para 2.923.591 e regrediram para 2.391.352, em 2010.
O cientista político David Fleischer, em entrevista à Voz do Brasil, identifica que o estímulo para votar não é muito forte. “Há uma alienação em que os jovens acham que não vale a pena votar e, também, infelizmente as nossas instituições não estão trabalhando para reverter isso” diz. Discordando, o jornalista Antônio Pereira Filho, presidente da Jorgraf (Cooperativa dos Jornalistas e Gráficos do Estado de Alagoas), acredita que os jovens estão cada vez mais preparados para enfrentarem uma eleição, principalmente pelo grande volume de informação que estão disponíveis. Ele identifica na internet um espaço importante na formação da opinião dos jovens e da população em geral para o voto mais consciente. “Infelizmente, as redes sociais ainda não estão disponíveis para amplos setores da sociedade. Além disso, apenas as redes sociais não se sustentam para a necessidade de discussão e diálogo que deve acontecer em períodos eleitorais”, lamenta o jornalista.
O primeiro voto
A lei que faculta o voto aos jovens de 16 e 17 anos é de 1989 e surgiu após um intenso debate sobre a capacidade de votar dos adolescentes nessa faixa etária. Aos 21 anos de idade, a lei continua sendo invocada quando se discute a maioridade penal ou o direito de dirigir para menores de 18 anos. Polêmicas à parte, os jovens eleitores entrevistados pelo Cesmac In Foca demonstram que estão atentos à política.
“A importância de votar pela primeira vez é ter certeza de contribuir com o desenvolvimento do estado e da nação”. A declaração é de Jordan de Souza, 16, estudante do 2º ano do ensino médio em Matriz de Camaragibe, que ainda atribui ao voto o poder de decidir por um Brasil mais desenvolvido e com mais emprego.
Ainda em Matriz de Camaragibe, Joyce Gomes, 17, estudante do curso de técnico de enfermagem, também confere ao voto o poder de contribuir para um estado e um país mais desenvolvido. “Estou analisando em quem votar, pois o futuro está em nossas mãos”, conclui.
Em Santa Luzia do Norte, a estudante Paula Araújo dos Santos, 16, vai votar pela primeira vez e acredita que a sua responsabilidade como cidadã pode mudar o destino do país e do estado de Alagoas. “Tenho esperança de que, votando em políticos certos, ocorram melhorias na saúde, educação e apareçam mais empregos para a população”, diz.
Voto consciente
A compra de votos é outro assunto que está presente nas discussões entre os jovens. Eles demonstram preocupação com a interferência do poder econômico nos resultados das eleições.
Leticia Teixeira Soares,18, de Santa Luzia do Norte, que já participou da última eleição municipal, acredita que o seu voto para presidente e governador pode mudar o destino de milhões de pessoas. Ela cobra maior responsabilidade ao votar, para que não se escolha candidatos que compram votos. “Tem vereador trabalhando para candidato ficha suja, oferecendo R$ 70 por voto. Esses políticos não têm responsabilidade com o dinheiro publico, com a educação, saúde, transporte e esporte”. Letícia Teixira apela para que o eleitor vote certo, em candidatos com responsabilidade e compromisso com as obras sociais.
A universitária Wilhelmina Magalhões, 23, atribui, também, aos eleitores a culpa pelos crimes eleitorais. “Vamos valorizar nossos direitos, vamos votar com consciência, senão seremos culpados no futuro”, conclama.
Juventude desorganizada
Toda essa intenção em melhorar a representação política tem ficado restrita a ações isoladas de cada um dos jovens eleitores. Essa identificação é feita por Everton Matias, 24, estudante de jornalismo do Cesmac. Para ele, a maioria dos jovens acha que tudo está muito ruim e que é impossível fazer alguma coisa para resolver esse quadro. “Isso leva a uma participação política desorganizada da juventude. Poucos são os que têm conhecimento para escolher corretamente os seus representantes”, afirma.
No próximo domingo, 3 de outubro, dois milhões de eleitores vão às urnas em Alagoas para escolherem os seus representantes. Entre eles, aproximadamente 35 mil jovens com 16 e 17 anos votarão pela primeira vez em suas vidas.
Mais informações no TRE-AL.
Gostei da enquete,aposto muito nesse tema no Enem desse sábado,nas questões de atualidades e conhecimentos gerais,ou quem sabe o tema da redação desse ano.
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