Edberto Ticianeli
As instituições envolvidas nas eleições em Alagoas afirmam estarem prontas para garantir que o eleitor vote em segurança. O Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL) anuncia que mobilizará 24 mil mesários, além dos seus servidores e trabalhadores terceirizados, para receber os 2 milhões de eleitores nas 6.715 urnas eletrônicas espalhadas no estado.
Todos os envolvidos passam por treinamento, principalmente os que trabalharão com as urnas biométricas. Elas foram testadas em eleições simuladas no dia 21 de agosto e apresentaram problemas, ao não reconhecerem as digitais de alguns eleitores. Os municípios alagoanos com urnas biométricas são: Barra de Santo Antônio, Chã Preta, Jaramataia, Poços das Trincheiras, Rio Largo, Branquinha, Igaci, Quebrangulo, São Miguel dos Milagres, Coité do Nóia e Maribondo.
As cidades alagoanas atingidas pelas enchentes e enxurradas também recebem atendimento especial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que enviou uma carreta para funcionar como cartório eleitoral itinerante.
Urnas testadas
As urnas eletrônicas para as eleições de 2010 foram submetidas, no final do ano passado, a rigorosos testes para verificar a possibilidade de fraude. O TSE selecionou 26 hackers de instituições e órgãos como a Polícia Federal, Controladoria Geral da União (GCU), Information System Security Association (ISSA) Capítulo Brasil, além de profissionais que se ofereceram para testar a vulnerabilidade dos equipamentos. O resultado é que ninguém conseguiu violar o sistema eletrônico para alterar a votação ou identificar em quem um determinado eleitor votou.
A fase de lacração de sistema e verificação dos dados dos candidatos também já foi encerrada no último dia 28 de agosto, com acompanhamento dos representantes dos partidos e coligações, que validaram os nomes e fotografias que serão exibidos pelas urnas.
Polícias prontas
As ações das polícias para o pleito de 2010 foram definidas no mês de junho deste ano, em reunião com os representantes da Defesa Social, PRF, PF e MP, quando toda estratégia foi montada para funcionar a partir de uma ação integrada. Para esse fim, o secretário de Defesa Social Paulo Rubim anunciou que a PM e Polícia Civil iriam fiscalizar, principalmente, a compra de votos e o transporte ilegal de eleitores. A Polícia Federal informou que reforçou a sua equipe e que já tem mapeado os 15 pontos considerados críticos em Alagoas. As rodovias federais em nosso estado serão fiscalizadas por 170 policiais e 30 viaturas da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Eleitor desconfiado
Mesmo com o anúncio dessas medidas, o eleitor em Alagoas não acredita que o aparato policial seja capaz de impedir que aconteçam crimes eleitorais durante a campanha. Para Valmir Peixoto (38), proprietário de um caminhão de transporte e morador do Conjunto João Sampaio, a polícia não tem como enfrentar os esquemas montados para a fraude eleitoral. “Aqui no bairro é muito comum ouvir das pessoas que elas estão participando de cadastros eleitorais. A Polícia Federal pode prender alguns, mais a maioria dos políticos corruptos vai continuar se elegendo com a compra de votos”, denuncia.
Se há desconfiança em relação à atuação da polícia, o mesmo não acontece em relação à ação da justiça. Pelo menos é o que indica o número de denúncias que tem chegado ao TRE. Segundo o corregedor eleitoral, Raimundo Alves de Campos Junior, já foram recebidas mais de 50 denúncias sobre compra de votos em Alagoas.
O desembargador Estácio Gama, presidente do TRE, também reforça a estimativa de que as eleições serão tranquilas em Alagoas, informando que está solicitando reforço da Polícia Militar e de tropas federais para os municípios considerados críticos.
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