quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Jornal do Brasil deixa de circular na versão impressa

Edberto Ticianeli
Foto: Arquivo JB

Circulou na terça-feira, 31 de agosto, a última edição impressa do Jornal do Brasil. O jornal continuará disponível para os assinantes apenas em edição digital, na internet. Fundado em 9 de abril de 1891, o JB fez história na mídia impressa brasileira, ao ser o pioneiro na contratação de agências de notícias e no envio de correspondentes à outros países. A diagramação vertical, sem fios entre as colunas, e os suplementos — adotados no final dos anos 50 e início dos 60 — foram inovações do JB  copiadas por outros jornais.

Em nota publicada na sua primeira edição unicamente on-line (LEIA AQUI), o JB se esforça para desfazer as informações que circularam na internet, identificando a crise financeira da empresa como a causa das mudanças. “Ao contrário do que vêm propagando alguns poucos mal-informados, irresponsáveis e mal-intencionados, o Jornal do Brasil está caminhando para uma nova e melhor fase”, diz a nota, que ainda justifica a medida como necessária para diminuir custos ambientais: “A cada dia em que um jornal como o JB não é impresso em papel, 72 árvores deixam de ser cortadas. Dado o maior ou menor número de cadernos durante a semana, ao longo de um ano são mais de 30 mil árvores poupadas”, conclui.

O fim do JB impresso também joga lenha na fogueira das discussões sobre o destino das mídias tradicionais diante das novas plataformas digitais. Para o Jornal do Brasil, “julgar que jornal e papel são sinônimos equivale a achar que um canal de televisão é o próprio aparelho de TV. Ou que a emissora de rádio não terá êxito se não for também produtora de rádios portáteis ou de mesa. Ou então que sites deveriam fabricar seus próprios computadores”, e ainda provoca: “será que ainda é possível a alguém, com mínimos poderes de observação, lucidez e honestidade intelectual, achar que o jornal em papel continua a ser um “veículo” de comunicação?”.

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