quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Automedicação: um vício do brasileiro

Rozana Ribeiro - 6º período de Jornalismo

A automedicação é uma ação perigosa que exige cautela e responsabilidade. A prática aparentemente inofensiva e habitual, se feita de forma abusiva, pode gerar graves problemas de saúde e mascarar os reais sintomas de uma doença dificultando seu diagnóstico. Dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas - Abifarma mostram que todos os anos cerca de 20 mil pessoas morrem no Brasil vítimas da automedicação.


Para o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas - Sinitox os medicamentos ocupam o primeiro lugar entre os agentes causadores de intoxicações em seres humanos, os dados apontam ainda que por ano, ocorrem 34 mil casos de intoxicação por uso indevido de remédios, com média de 91 mortes. A maior parte desses medicamentos consumidos pela população é vendido sem prescrição médica.

Os AAS, paracetamol, dipirona e fitoterápicos (remédio natural), aparentemente inofensivos, se usados de forma indevida podem causar danos no fígado. Sobre isso, a farmacêutica, Daniela Clementino, explica que “o problema se agrava ainda mais por que a população usa esses medicamentos diariamente e na maioria das vezes, o medicamento passa a fazer o efeito contrário, ao invés de tratar, passa a agravar a doença”.

Publicidade

Conforme as autoridades em saúde, a propaganda causa grande motivação no uso irracional e prejudicial de medicamentos. De acordo com dados do Projeto de Monitoração de Propaganda da Anvisa, (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), cerca de 90% desses comerciais apresentam algum tipo de irregularidade. A situação é mais alarmante na publicidade direcionada a médicos e farmacêuticos. De 1,5 mil propagandas de medicamentos de venda sob prescrição analisadas pela Anvisa, 15% não apresentavam cuidados e advertências, 14% não alertavam sobre as contra-indicações e mais de 10% continham afirmações sem comprovação de estudos científicos.

Embora existam propagandas como no rádio ou em outdoors, que contribuem positivamente para o alto consumo de medicamentos sem prescrição médica, a falta de estrutura do sistema de saúde agrava o problema. Tais propagandas apelam ao estimular o público a adotar o método quando no fim destas, inserem sua frase tradicional "persistindo os sintomas um médico deve ser consultado", como se isso os dispensasse de qualquer responsabilidade. Todos os dias milhares de pessoas procuram à assistência aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e poucas conseguem ser atendidas, a opção mais rápida é a ida a farmácia, drogarias ou supermercados na tentativa de resolver o problema.

A solução

Muitas vezes diante de qualquer sintoma, buscando o alívio do incômodo que o aflige, principalmente os mais comuns como aqueles que decorrem de viroses, a vítima pelo impulso, utiliza medicamentos populares para gripe, febre, dor de garganta, etc; ou procura de início uma orientação leiga, como de amigos íntimos, parentes com mais experiência. “A decisão de levar um medicamento da palma da mão ao estômago é exclusiva do paciente. A responsabilidade dessa atitude depende de haver ou não respaldo dado pela opinião do médico ou de outro profissional de saúde”, conclui Danielle Clementino

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