quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Aribama: Artesanato reciclável e turismo ecológico gera renda para a comunidade de Tatuamunha

Texto e Fotos: Fabyane Almeida -  8º período Jornalismo 

Uma ideia e várias ações. Foi o suficiente para mudar a realidade de 23 famílias da pequena comunidade de Tatuamunha, localizada há 110 quilômetros de Maceió, em Porto de Pedras. O reaproveitamento da garrafa pet e os passeios de observação para os turistas conhecerem o  peixe-boi, além de gerar renda para a comunidade criou um consciência ambiental baseada nos princípios de cuidar do bem natural.

Conhecida por poucos, a Associação dos Ribeirinhos Amigos do Meio Ambiente (Aribama), foi idealizada pelo presidente Cícero de Oliveira, há 5 anos, mas constituída como associação há apenas 3, quando ganhou novos rumos. “De início a ideia era apenas realizar os passeios com os turistas para que eles pudessem ver os peixes-boi, mas quando a maré baixava viamos à quantidade de lixo e garrafas que tinha nas margens do rio, então passamos a limpar para depois realizarmos o passeio”, contou Cícero.

“Começamos então a conscientizar os pescadores para não jogarem lixo no rio. Encontramos as garrafas e pensamos em como reutilizá-las, daí surgiu à arte reciclada. Agregamos primeiros os pescadores, depois as pessoas que não tinham emprego, alternativa como fonte para gerar renda. O nosso objetivo era mostrar que a garrafa pet pode ser transformada em arte e isso nos conseguimos”.

PRODUÇÃO RECICLÁVEL DO ARIBAMA

Foi com a intenção de limpar o Rio Tatuamunha que Cícero e um grupo de amigos começaram a recolher as garrafas pets que ficavam a margem do rio quando a maré baixava, mas ele mesmo notou que a própria garrafa poderia ser reutilizada gerando renda para muitas famílias. "Nós cuidamos do meio ambiente através da reciclagem da garrafa pet, com passeios de observação do peixe boi e conscientização ecológica nas escolas através de oficinas que fazemos os alunos das escolas estaduais e municipais da região: Porto de Pedras, São Miguel dos Milagres e das redondezas”.

Artes Aribama
A produção de arte varia entre R$ 3,00 a R$ 50,00, já foi para fora do Brasil e isso já se tornou algo frequente. De acordo com Marcos da Silva, diretor do Aribama, existe uma variedade de produtos que os artesões produzem com a garrafa pet. “Produzimos vassouras, fios, redes de vôlei, flores, globos, luminárias, curtinas, borboletas, carrinhos de brinquedo. Já com as garrafas amassadas que geralmente ninguém usa, nós transformamos em peixe e cavalo. Várias peças já foram para: Dinamarca, Holanda, China, Espanha, Portugal, Itália, Coreia, Japão. Sem contar que no vestido usado pela miss Alagoas, no concurso do miss Brasil foram produzidos pelo Aribama 220 flores de pet que ficaram presas no vestido”, explicou.

Uma garrafa pet faz 20 metros de fio rede e 55 metros de linha 10 de pesca comum. “Nós já conseguimos enviar duas redes para o Flamengo no Rio de Janeiro, eles vão testar a resistência da rede, se aprovada será utilizada em toda estrutura. A pet é mais resistente que o nylon comum”, enfatizou Cícero de Oliveira.

 A estrutura da Associação é pequena, a maioria dos trabalhos são feitos a mão, apenas as vassouras são confeccionadas em máquinas artesanais, mas todos buscam melhores condições de trabalho e máquinas mais modernas para inovar nas artes. “Estamos entrando em contato com uma empresa no Japão para que haja a doação de uma máquina que produz uma fibra da pet e essa mesma fibra é transformada em tecido. Isso seria inovador no nordeste”, contou o presidente do Aribama.

A comunidade de Tatuamunha é consciente ecologicamente. “Trabalhamos também com a fibra da bananeira e com a palha do ouricuri que são alternativas de geração de renda. Nós também recebemos doações das garrafas dos restaurantes, pousadas, prefeituras e da própria comunidade que junta em suas residências”.


Marcos da Silva

Segundo Marcos da Silva, diretor do Aribama, todo o faturamento é dividido pelos associados. “São retiradas as despesas da associação, projeta-se as despesas do próximo mês e o saldo é dividido entre os associados, que participam da produção, tudo é rateado por igual. De março a setembro gira um faturamento em torno de R$ 10 mil, já de outubro a março o faturamento aumenta um pouco por ser um período de férias e alta temporada”, concluiu Marcos.


IMPORTÂNCIA DE QUEM PARTICIPA

A comunidade de Tatuamunha é conhecida pelo trabalho que é realizado no Aribama, para o artesão Nilton da Silva, que antes vivia da pesca e de mergulho, a associação transformou famílias. ”Estou na associação há 4 anos e aqui passei a ter uma renda fixa, minha vida melhorou bastante. Chovendo ou fazendo sol nós sempre trabalhamos com o nosso artesanato, passeio do peixe-boi e piscinas naturais. Além de tudo que ganhamos é dividido em partes iguais. Enquanto me reconhecerem como integrante do Aribama pra mim é tudo”, contou Nilton.


Cristiano Francisco
 Já para Cristiano Francisco, que acompanhou desde o início do Aribama, a Associação é importante. ”Estou no Aribama desde o seu surgimento, acompanhei todos os cursos e parcerias. O artesanato na comunidade melhorou em tudo”. O mais novo associado, Eduardo José, que já aprendeu a fazer arte. “Estou há um mês e já aprendi a fazer, o globo, chocalho, cortina. O reconhecimento dos clientes é muito bom, a melhor parte”.
De acordo com a artesã, Anna Lúcia Santos, que antes não trabalhava, existem artes fáceis e difíceis para aprender ainda. “Estou aqui há 4 meses e o bom é porque aqui eu aprendo sobre educação ambiental, ecológica e como reciclar de maneira correta. É uma ótima experiência que vamos aprendendo com o dia-a-dia. Já sabia da existência da associação, mas nunca tinha vindo antes, passei de convidada para ser uma associada também”.

Outro artesão que também se orgulha de fazer parte do Aribama é o Adeilton Santos, que já está há 2 anos
na criação. “Trabalho mais produzindo a luminária, as flores, borboleta, joaninha, jogo americano, o peixe, o carrinho, as cortinas, peças de cabelo. Tinha semana que ficava parado aqui comecei a me desenvolver. É um trabalho que eu gosto, porque nós recolhemos do rio e da praia, já limpamos, fazemos a nossa parte. Os paulistas falam que nós precisaríamos ir ao rio Tietê, por conta da nossa ação, da nossa causa, acham muito legal e serve como exemplo”, explicou feliz.


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Mês do Ballet Clássico

Marcia Marques e Roberta Araújo

O mês de dezembro é um momento muito especial para as academias de ballet de todo o país, pois e nesse mês que são realizados seus brilhantes espetáculos, onde as academias mostram todo o seu trabalho. Em especial esse ano, as escolas de Ballet Clássico de Alagoas resolveram homenagear não só o ritmo alagoano, mais também seus poetas, escritores e o memento histórico vivido nesse mês o Natal.


Começaremos a falar sobre o brilhante espetáculo promovido pela a escola da Emília Clarck, que teve como tema Pela Luz dos Olhos Teusque faz referencia aosartistas populares dos municípios alagoanos, como Fernando Rodrigues, da Ilha do Ferro, e outros que compõem o acervo da Casa do Patrimônio do IPHAN, o espetáculo percorreu a trajetória da colecionadora e pintora Tânia de Maya Pedrosa.A alunaPollyana, falou que estava encantada por subir no palco do teatro leite representando um pouco da cultura alagoana, em ritmo de ballet.

Já Eliana Cavalcante, escolheu reviver um momento muito importante para a vida dos Bailarinos. A dançarina e dona da academia fez a adaptação dequebra nozes, espetáculo que acontecerá nesse final de semana, e contará com três momentos. A aluna da dançarina Ana Julia Souza revela estar encantada, com essa nova adaptação da professora e ela garente que “o espetáculo emocionara, a todos”.

Outras duas academias farão seu espetáculo no mês de dezembro será elas, Emilia Vasconcelos e Selma Pimentel, que terão como tema; Mitos e quebra nozes nordestino.

• Agenda Cultural:

Eliana Cavalcante -Dias: 02, 03 e 04 de dezembro. Teatro Gustavo Leite. Mais informações: 3241-1308

EmiliaVasconcelo -Dia: 17 e 18 dezembro. Teatro Gustavo Leite.Mais informações: 3221-8969

Selma Pimentel- Dia: 07 e 08 de deembro. Teatro Deodoro. Mais informações: 8842-287000

Desvio do quadril pode ser ocasionado durante a gestação de bebê em posição pélvica

 Isabelle Monteiro e Rozana Ribeiro


Criança recém-nascida com deslocamento do quadril é mais comum do que se pensa. Entretanto, são raras às vezes em que o problema é detectado nos primeiros meses de vida. Sua ocorrência tende a ser percebida somente quando a criança inicia os primeiros passos, quando um andar diferente ou um mancar revelam os sinais.


Antes que as dificuldades apareçam, determinados fatores interpretados como risco podem ser encarados como alertas. A incidência do problema aumenta na primeira gestação. O fato é conhecido como Luxação Congênita no Quadril ou Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ). A maneira como o bebê se desenvolve no útero, denominada posição pélvica _momento em que a criança está sentada, também é outro fator que pode ocasionar o problema.

Dr. Miguel Akkari, chefe do Grupo de Ortopedia Pediátrica da Santa Casa de São Paulo, explica que são realizados em recém-nascidos, exames manuais em que o médico pediatra analisa a estabilidade do quadril. Se houver a percepção de qualquer instabilidade, para ratificar o problema, o próximo passo é a realização de exames laboratoriais, como ultrassonografia ou radiografias. O médico fala ainda sobre o fato de não haver dor quando há luxação e de que nem sempre ela é perceptível. Além disso, segundo Akkari, o progresso do desvio pode suceder durante o desenvolvimento da criança
Tratamento - Tanto precoce quanto em crianças em idade mais adiantada, existe tratamento e cura. O que muda é que, quando há um diagnostico rápido, se torna muito simples. O tratamento é efetivado com um aparelho que mantêm o quadril na forma correta, sendo similar a um suspensório e que possui 98% de eficácia nos casos. Todavia, a utilização do equipamento só é indicada para crianças de até três ou quatro meses. Após esse período não há eficiência. Segundo o Dr. Akkari, depois do período, considerado como tratamento precoce, o quadril só pode ser corrigido através de cirurgia e imobilização com gesso. Diz ainda que, quando adulto, o paciente sem tratamento adequado, pode ter restrição dos movimentos.

No Brasil, esse tipo de luxação pode ocorrer de até uma para cada duas mil crianças. A incidência para as que foram desenvolvidas na posição pélvica é de até uma para cada quinze. Sendo mais constante nas meninas, essa freqüência se torna menor_ metade_ para o sexo masculino, o que ainda é considerado preocupante.



Fonte: saudeempautaonline.com.br/

O lúdico precisa viver

Jovelina Vasco - 6º período jornalismo

Crescer e ter uma infância mentalmente saudável hoje em dia vai ser privilégio de poucas crianças. Muitos pais estão deixando seus filhos nas mãos de babás, creches ou escolinhas. Outros deixam o dia todo na frente da televisão ou do computador, um crime para a formação cultural dessas crianças, que já crescem influenciadas pelas propagandas.


A criança precisa crescer tendo a oportunidade de brincar, correr ou qualquer tipo de atividade alegre e descontraída. Elas reproduzem o mundo do adulto. Os pais que contavam histórias para seus filhos antes de dormir, tem outras ocupações. As brincadeiras de roda, amarelinha, os jogos educativos, e etc., por onde andam? Tudo isso deu espaço ao chamado mundo digital, (os jogos eletrônicos, filmes 3D, internet).

Maria Fernanda cria o filho de seis anos num verdadeiro mundo digital, e vem sofrendo com a dependência da criança, que quando não está na frente da televisão está jogando no computador. Por trabalhar muito a mãe não tem tempo de dar atenção a ele. Consciente de que está errando na educação do menino, ela fala que está perdida sem saber como contornar a situação.

O mundo não mudou, as pessoas foram que mudaram, ou melhor, se acomodaram. Independente de época, o lúdico é uma ferramenta muito importante para o desenvolvimento das crianças. Mariana Alencar cresceu com as brincadeiras lúdicas, e foi através delas que obteve bom rendimento escolar. Aprendeu a valorizar o que tem e a respeita a família e os amigos. Ela fala que guardou muitos brinquedos e hoje sua filha de 2 anos é quem aproveita seu “tesouro.”
O lúdico é muito importante, não só para as brincadeiras, mas também para o intelecto. As crianças são o espelho do adulto. Os países devem ter consciência que seus filhos vão crescer, e é desde cedo que eles precisam de atenção, amor, carinho e ser estimulados, para desenvolver um bom aprendizado.

SIMA melhora iluminação em vários pontos da cidade

Willy Geidson - 6º período de jornalismo

A Superintendência Municipal de Energia e Iluminação Pública de Maceió vem realizando um trabalhando de manutenção em vários pontos da cidade com a intenção de melhorar o potencial de iluminação.


Esta semana estão sendo atendidas solicitações nos bairros do Farol, Ponta Verde, Graciliano Ramos, Serraria, Benedito Bentes, Guaxuma, Cidade Universitária para repor lâmpadas de vapor sódio e vapor mercúrio.

A SIMA também instalou um projetor completo de 250W Vapor Mercúrio no Mirante do bairro de Bebedouro, no Dia da Consciência Negra. Já no Conjunto Cidade Sorriso dois houve a inauguração do terminal de ônibus, com a instalação de duas luminárias completas com lâmpadas de 250W Vapor de Sódio.

As ruas do centro de Maceió também estão passando por uma melhoria em sua iluminação visando tanto a segurança dos comerciantes quanto dos consumidores nesse período de natal. Estão sendo instaladas lâmpadas de 250W vapor metálico nas ruas principais como Rua do Sol, Rua Boa Vista e Rua das Árvores. Já nas ruas transversais estão sendo utilizadas lâmpadas de 250W Vapor de Sódio.
O superintendente da SIMA, Ranilson Pedro Campos Filho afirma que o empenho da superintendência continua cada dia com mais força. “Não estamos medindo esforços no sentido de melhorar a qualidade da iluminação em todos os pontos de Maceió”.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Problemas na Tireóide podem gerar dificuldades na gestação

Isabelle Monteiro e Rozana Ribeiro - 6º período de jornalismo


Os exames requeridos pelos obstetras durante o pré-natal não são poucos. Entretanto, nesse momento, alguns exames são ignorados, o que acarreta o desconhecimento a respeito das doenças de alto risco à saúde da mãe e do bebê. De acordo com a Dra. Gláucia Mazeto, endocrinologista e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), este é o caso da tireóide, cujas modificações podem induzir à hipertensão gestacional, parto antecipado, baixo peso no nascimento e até mesmo um aborto. Mesmo não havendo um histórico com alterações da tireóide, as gestantes podem desenvolver a doença durante a gravidez.


Crédito Google Grávida.jpg

A especialista alerta para os cuidados que se deve ter e sobre como é importante realizar com antecedência, exames que analisam a condição dos hormônios da tireóide em gestantes com histórico ou características de risco para a doença. Contudo, o critério da estimativa clínica durante a gravidez, deve ser direcionado também às mulheres que nunca enfrentaram o problema, já que este pode ser desenvolvido nesse período. Dra. Gláucia Mazeto alerta ainda que, a gestação, pelas inquietações orgânicas e funcionais que gera, proporciona um impacto sobre a glândula tireóide.


Com localização na região do pescoço, a tireóide gera uma produção de hormônios responsáveis pelo controle do metabolismo. Ocorrendo nas grávidas, a atuação imprópria para esse processo pode ser prejudicial ao crescimento e consequentemente o desenvolvimento da criança no útero. Quando a glândula permite a liberação de hormônios em demasia, ocorre o hipertireoidismo, que se opõe à insuficiência destes, o que pode provocar o hipotireoidismo.

 
Segundo a Dra. Gláucia Mazeto, o hipo é o que gera menor impacto para a gestante, pois há características em relação à representação clínica e às medicações utilizadas que tornam o tratamento mais fácil. Pesquisas recentes divulgaram que este ano, cerca de 3% das grávidas possuem hipotireoidismo e 0,4% apresentam o hipertireoidismo. Entretanto, as gestantes não precisam temer. Quanto mais rápido for o início do tratamento das disfunções da tireóide - se possível no primeiro trimestre de gestação – maior a possibilidade de obter sucesso. Nas duas ocorrências de alterações tireoidianas, o tratamento é possível pela utilização de remédios apropriados e, periodicamente, a efetivação de exames de laboratório.

Esse é mais um motivo para que as futuras mamães atentem para a importância da realização do pré-natal de forma regular, assim como é fundamental manter-se com informações atualizadas, para que possam cobrar quando houver desconhecimento dos próprios médicos, em relação aos métodos imprescindíveis à saúde da mulher e do bebê.
Fonte: site saúde em pauta online


Tenista alagoana mantém projeto social há mais de um ano

José Aragão - 6º período de jornalismo

Marina Tavares
Crédito: Reprodução
Determinação é o que não falta à tenista alagoana Marina Tavares. Além de ter representado o Estado de Alagoas, nas quadras de tênis, nos últimos 5 anos. Marina também é um exemplo de dedicação às crianças. Desde 2010, ela mantém um projeto que leva esporte aos meninos e meninas que não podem pagar pela atividade.

A iniciativa, intitulada Projeto Social Marina Tavares, incentiva a prática de tênis, atendendo atualmente a 50 crianças, A maioria mora em bairros adjacentes ao Jaraguá Tênis Clube, local onde o projeto é desenvolvido. A tenista afirma que começou o trabalho como uma experiência, alegando que “nunca tinha desenvolvido algo assim”. A motivação aumentou quando as primeiras crianças começaram a apresentar um melhor rendimento escolar.

Deysiane Dias, participante do Projeto
Crédito: José Aragão
O projeto vem apresentando vários êxitos. Muitos dos alunos já participam de torneios nacionais. “É muito bom jogar com a Marina e com o João”, disse a pequena Deysiane Dias, referindo-se à Marina Tavares e João Paulo, um dos professores voluntários. Deysiane participa desde o começo da ação e afirma gostar muito das partidas, pois a atividade esportiva ajuda na sua concentração.





Parcerias

Álvaro Garnero visita o Projeto
Crédito: José Aragão
A atividade já sofreu com pouco patrocínio. Hoje em dia, o projeto conta com o apoio de empresas como a SOCOCO, Braskem e o Centro Universitário CESMAC. Além destes, a iniciativa recebeu, ainda este ano, o apadrinhamento de Álvaro Garnero, famoso empresário e apresentador de TV. “É muito bonito ver um projeto tão legal quanto esse funcionando”, elogiou Garnero, que ainda confirmou a importância social do projeto, afirmando que “as crianças são o futuro”. “Portanto, temos que investir o que pudermos nelas”.


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Automedicação: um vício do brasileiro

Rozana Ribeiro - 6º período de Jornalismo

A automedicação é uma ação perigosa que exige cautela e responsabilidade. A prática aparentemente inofensiva e habitual, se feita de forma abusiva, pode gerar graves problemas de saúde e mascarar os reais sintomas de uma doença dificultando seu diagnóstico. Dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas - Abifarma mostram que todos os anos cerca de 20 mil pessoas morrem no Brasil vítimas da automedicação.


Para o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas - Sinitox os medicamentos ocupam o primeiro lugar entre os agentes causadores de intoxicações em seres humanos, os dados apontam ainda que por ano, ocorrem 34 mil casos de intoxicação por uso indevido de remédios, com média de 91 mortes. A maior parte desses medicamentos consumidos pela população é vendido sem prescrição médica.

Os AAS, paracetamol, dipirona e fitoterápicos (remédio natural), aparentemente inofensivos, se usados de forma indevida podem causar danos no fígado. Sobre isso, a farmacêutica, Daniela Clementino, explica que “o problema se agrava ainda mais por que a população usa esses medicamentos diariamente e na maioria das vezes, o medicamento passa a fazer o efeito contrário, ao invés de tratar, passa a agravar a doença”.

Publicidade

Conforme as autoridades em saúde, a propaganda causa grande motivação no uso irracional e prejudicial de medicamentos. De acordo com dados do Projeto de Monitoração de Propaganda da Anvisa, (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), cerca de 90% desses comerciais apresentam algum tipo de irregularidade. A situação é mais alarmante na publicidade direcionada a médicos e farmacêuticos. De 1,5 mil propagandas de medicamentos de venda sob prescrição analisadas pela Anvisa, 15% não apresentavam cuidados e advertências, 14% não alertavam sobre as contra-indicações e mais de 10% continham afirmações sem comprovação de estudos científicos.

Embora existam propagandas como no rádio ou em outdoors, que contribuem positivamente para o alto consumo de medicamentos sem prescrição médica, a falta de estrutura do sistema de saúde agrava o problema. Tais propagandas apelam ao estimular o público a adotar o método quando no fim destas, inserem sua frase tradicional "persistindo os sintomas um médico deve ser consultado", como se isso os dispensasse de qualquer responsabilidade. Todos os dias milhares de pessoas procuram à assistência aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e poucas conseguem ser atendidas, a opção mais rápida é a ida a farmácia, drogarias ou supermercados na tentativa de resolver o problema.

A solução

Muitas vezes diante de qualquer sintoma, buscando o alívio do incômodo que o aflige, principalmente os mais comuns como aqueles que decorrem de viroses, a vítima pelo impulso, utiliza medicamentos populares para gripe, febre, dor de garganta, etc; ou procura de início uma orientação leiga, como de amigos íntimos, parentes com mais experiência. “A decisão de levar um medicamento da palma da mão ao estômago é exclusiva do paciente. A responsabilidade dessa atitude depende de haver ou não respaldo dado pela opinião do médico ou de outro profissional de saúde”, conclui Danielle Clementino

Livro é relançado durante a V Bienal

Luisa Gama - 6º período de Jornalismo


Foto: Divulgação
Durante o sexto dia da V Bienal Internacional de livro de Alagoas foi realizado o relançamento do livro O desafio da noticia e a crise da modernidade (Editora Catavento/2007), dos autores Cláudio Jorge Gomes de Moraes, Elida Rachel Miranda, Kelma Abreu.

A idéia do livro surgiu a partir da monografia das então estudantes de Jornalismo do Cesmac, Elida Rachel Miranda, Kelma Abreu, e faz um levantamento teórico e prático do desafio do fazer jornalístico, velocidade atender uma linha editorial, além de fazer uma análise do caderno político dos jornais alagoanos ‘O Jornal’ e ‘Gazeta de Alagoas’.

Para o professor Cláudio Jorge a Bienal tem o objetivo de dar visibilidade as produções e coloca as necessidades da renovação de uma produção de pesquisa além de agregar pessoas de vários locais para valorização das produções incentivo a leitura.

“Acho importante o relançamento do livro porque ele é atemporal. Apesar de ser lançado na 3ª edição da Bienal, em 2007, se aplica no jornalismo dos dias de hoje”, disse Cristina Brito, coordenadora do curso de jornalismo do Cesmac.

A Bienal segue até o dia 30 de outubro, no Centro de Exposições Ruth Cardoso, no Jaraguá, das 10h às 22h.

10% que valem muito mais

Lucas Tenório - 6º período de Jornalismo


Movimento 10%  coleta assinaturas
Foto: Gustavo Oliveira
 A estrutura da educação pública na maioria dos estados brasileiros está de mal a pior e reivindicar um aumento no percentual destinado a Educação, é o que busca entidades e associações ligadas ao setor educacional em todo país, contribuindo assim para ajudar melhorar a situação.


Neste sentido, os movimentos aproveitaram o espaço da V Bienal, para ampliar o abaixo-assinado em favor da aplicação do percentual de 10% para área de educação. A Associação dos Docentes da UFAL, representada pelo professor Ailton Galvão, junto com a UNE (União Nacional dos Estudantes) estão coletando as assinaturas para que 10% do PIB (Produto Interno Bruto) sejam destinados para as escolas públicas em todo o país.

Atualmente o governo destina apenas 3,5% para ser aplicado na área educacional. aumentando este repasse, as estruturas de vários colégios, teoricamente, teriam uma melhoria significativa.
Ainda segundo o professor Ailton, em Brasília estão sendo realizadas várias manifestações em prol deste aumento “não a uma área especifica para a aquisição do dinheiro, toda a estrutura de colégios públicos do país seriam beneficiadas” afirmou.

Professor Anilton Galvão - UFAL
Foto: Gustavo Oliveira
Segundo o professor a UFAL também pode ser beneficiada, o Campus da Universidade Federal de Alagoas vem se transformando num verdadeiro canteiro de obras, com a destinação dos 4,5 milhões, que vem sendo aplicados tanto em segurança,quanto na questão do suporte dado ao professor, “a UFAL hoje é um verdadeiro centro de obras” afirmou Galvão, esses 10% serviria para reforçar essas obras na Universidade, dando mais segurança e tranqüilidade tanto para os alunos, quanto para os professores.

Esperança para os professores Alagoanos

A destinação de repasse em um percentual maior, seria mais do que bem vindo para os colégios públicos de Maceió, principalmente o CEPA (Centro de Ensino de Pesquisas Aplicadas) que na década de 70 e 80 era referência em ensino no estado, e hoje está vivendo um momento lamentável.

Vendas superam expectativas

José Aragão - 6 º período Jornalismo

 
Infanto-Juvenil, revistas, universitários, não importa – os livros não param de vender. Várias lojas já afirmam terem superado as expectativas para vendas. Um dos exemplos é o stand Fábrica de Letras, que teve a sorte de estar localizada no portão para a entrada das escolas.


Robson Martins
Foto: Gustavo Oliveira

Robson Martins, gerente do stand, já está em seu 4º ano na Bienal e, mesmo vindo de São Paulo, não tem a mínima intenção de faltar uma edição do evento. “Tá muito legal, bastante vendas e é constante”, falou o gerente, que mal podia parar de atender seus clientes para conceder a entrevista.

De crianças, Neide Alecrim entende. Ela é a responsável pelo stand da Jordani Fantoches, especializada em livros e artigos infantis. “Tudo sai, e esse é o melhor horário”, afirmou Neide, referindo-se ao horário de visita das escolas à Bienal.

Mas não é só de crianças que o evento sustenta-se. Os stands voltados para públicos mais específicos também estão tendo ótimos lucros. De acordo com Geovanio Santana, vendedor da Editora UNESP, stand voltado para o público universitário, o público adulto está comprando 70 livros por dia, nos finais de semana. “É tudo uma questão de horário”, afirma o vendedor, referindo-se aos dias de semana, quando o lucro é menor, pois o público específico frequenta apenas durante o horário noturno.

Alimentação presente


Sandra Madeiro - Sabor de Bis
Foto: Gustavo Oliveira
 Com expectativa de 100 a 200 mil pessoas circulando no evento, comida é o que não pode faltar. E é para isso que stands como do Sabor de Bis estão presentes. Sandra Madeiro, dona do estabelecimento, afirma que as vendas estão ótimas, uma vez que o stand oferece não apenas lanches, mas também refeições.

A cultura não é apenas consumida em livros, mas, também, pelo paladar. O stand Biscoitos Caseiros, também apresenta boas vendas, mesmo estando ao lado de vários competidores. “Acho que nosso diferencial é estar apresentando opções diferentes ao público”, afirmou a vendedora Tatiane Santos, responsável pelo stand, que está oferecendo biscoitos feitos com produtos característicos da cultura alagoana, como côco e macaxeira.

Escolas visitam a V Bienal Internacional do Livro de Alagoas

José Aragão - 6º período Jornalismo



Irene Bonan - Coordenadora das Visitas das escolas na V Bienal
Foto: Gustavo Oliveira
  Dias cheios na V Bienal Internacional do Livro de Alagoas. Mais de 30 mil crianças já prestigiaram o evento, que apresenta diariamente várias atrações destinadas ao público infantil, como: shows de mágica,  teatro e "contação" de histórias.  Segundo Irene Bonan, coordenadora das visitas das escolas ao evento, “É sempre importante marcar a presença das crianças aqui”.

Ainda de acordo com Bonan, cada dia são mais de 12 mil estudantes visitando a Bienal. “A gente começa o trabalho de divulgação desde Março, visitando escolas particulares e marcando sua presença. É um prazer”, disse a Irene.

Mas o prazer maior é mesmo das crianças e adolescentes que passeiam pelo Centro Cultural e de Exposições de Maceió. Alisson Alves, estudante do 6º ano da Escola Porto Seguro, marcou presença junto com seus colegas, no evento teatral Túnel do Livro. “É muito legal. Os personagens são muito legais”, falou o pequeno, que ainda confessou ser um ávido leitor. Graycy Kelly, coordenadora pedagógica da Escola Nossa Senhora dos Prazeres, confirmou a importância de trazer os pequenos para eventos como esse. “É muito importante para os alunos ter esse contato com o mundo literário”, afirmou.

Por outro lado, Fábio Sales, professor e coordenador da visita da Escola Porto Seguro, não acha que a presença dos estudantes no evento é apenas importante. Ele considera uma necessidade. “É necessário incluir as crianças no mundo da leitura. Tirá-las do computador e trazer a leitura para suas vidas”, afirmou o professor.
Estima-se que, até o final a V Bienal, receba uma média de 70 mil crianças.


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O fim e o recomeço

Marechal Deodoro a 20 km de Maceió, vivem 212 famílias em uma comunidade litorânea que foi habitada à mais de 50 anos. Seu nome: comunidade do Jacaré. Hoje ela será reconstruída e sua história começará a ser recontada em um conjunto habitacional.


Marcos André

A rotina pouco muda. Homens pescando, com diversas opções: varas; puçás e tarrafas. Em outra extremidade mulheres ao leito do rio lavando suas vestes, cantarolando e discutindo capítulos anteriores da novela. As crianças, essas trabalham pesado, são comerciantes. Ficam na beira da rodovia vendendo as frutas que extraem dos sítios na região. Os peixes também são vendidos; este, fruto do trabalho dos homens. Essa é uma parte da rotina na comunidade do Jacaré, nas margens da AL 101 Sul, no município de Marechal Deodoro. No entanto, este cotidiano está com os dias contados para acabar: a duplicação do trecho da rodovia vai retirar do local as 212 famílias.

Energia só existe dentro das casas, água apenas fora delas. Com isso, eles aprenderam a compartilhar lavanderias e banheiros coletivos. Ao pôr do sol existem duas alternativas. Permanecem em suas residências assistindo TV ou vão para o lugar em comum na comunidade: as mesas de baralho e bate papo. As mulheres preferem as janelas, nas longas conversas com as vizinhas. Quase que não existe intriga na comunidade, a divisão de tarefas e o trabalho em grupo os ensinaram a viver em pacificidade.

Cinema Para todos

O que fazer para subsidiar o audiovisual brasileiro e democratizar o acesso? O cineasta Hermano Figueiredo faz um breve relato sobre as produções nacionais e sua dificuldade de abrangência.


Marcos André

"O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho." Essa frase é do cineasta estadunidense Orson Welles. E é sobre essa perceptiva de realizar sonhos e propor uma nova realidade através da arte que se propaga o debate de difusão do acesso e criação artística. Contemplando os sujeitos históricos, tantas vezes esquecidos pelo processo de massificação da indústria cultural.

Umas das formas vista pelo cineasta alagoano Hermano Figueiredo, foi levar a ‘telona’ para as comunidades carentes. No entanto, como a ousadia é o carro-chefe dos trabalhos de Hermano, ele não poderia fazer nada convencional. Foi aí que ele enxergou a possibilidade de fazer as exibições nas velas da jangada. Usufruindo de um cenário pacato da praia noturna e de um clima típico da cultura alagoana. Além de ter um público voltado para as comunidades carentes.

Sequestro de carbono

Pode parecer ruim, mas é essencial para promover a saúde no planeta, pois, é ele que garante a boa qualidade do ar

Yulia Amaral


Você sabe qual a importância do sequestro de carbono? O que você pensa a respeito da poluição que, nos últimos anos, parece que só aumenta? Você sabe quais projetos podem ser realizados para que a diminuição dela se torne concreta? Através do sequestro de carbono, é possível que haja uma esperança para que esse quadro seja revertido, pois, é através dele que as plantas e o solo absorvem o gás carbônico (CO2) – para eles, tão necessário – que tanto faz mal ao ser humano.
Naturalmente realizado pelas florestas e pelo solo, o sequestro de carbono dá-se quando há uma grande absorção do gás carbônico (CO2) presente na atmosfera. No caso da planta, quando está em fase de crescimento, uma grande demanda de gás carbônico está em evidência, pois a planta necessita absorvê-lo para transformá-lo em oxigênio e liberá-lo de volta. Esse processo natural auxilia na diminuição considerável da quantidade de CO2 na atmosfera, já que cada hectare de floresta em desenvolvimento pode absorver entre 150 e 200 toneladas de carbono.

A boate que virou lenda

16 anos depois da morte de Mossoró, a mais famosa casa noturna alagoana continua viva nas lembranças dos antigos clientes

Gilca Cinara

“Teve época que tínhamos mais de 100 mulheres perdidas dentro da boate”. Se recorda o filho do famoso Benedito Alves dos Santos, o “Mossoró”, sobre os anos de grande movimentação na Boate e Churrascaria Areia Branca, consagrada o melhor prostíbulo de Alagoas, nos anos 70 e 80, no bairro do Canaã, em Maceió. Aos 65 anos, o aposentado Alberto Nascimento Santos, mesmo contando que está com a memória fraca, ainda traz boas lembranças dos anos dourados do Areia Branca.

Entre suas lembranças, “Roberto”, como é conhecido, relata o dia em que deixou o bairro do Jaraguá, ao lado do pai para montar o novo negócio na parte alta da cidade. Benedito Mossoró deixou a sua profissão de pintor para se tornar dono de um bar diferente. O primeiro estabelecimento, onde conseguiu uma grande parte da clientela, foi no próprio Jaraguá. No bairro, permaneceu por longos anos na Rua Sá e Albuquerque, até o governo da época determinar o fechamento dos prostíbulos, em 1967.

ONGs mudam realidade na periferia

Trabalhos sociais voltados para educação e profissionalização são formas utilizadas para promover a mudança das comunidades

Fabyane Almeida

            Educar com um único objetivo: mudar a rotina de crianças e jovens que vivem nas periferias de Maceió, próximo à criminalidade e à marginalidade diária. Essa é uma das muitas tarefas dos educadores que coordenam Organizações Não Governamentais (ONGs), que buscam em trabalhos diferenciados a solução para retirar essas crianças dessa dura realidade e poder prepará-los para um futuro diferente.
            De acordo com uma pesquisa divulgada pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), entre jovens de 12 a 18 anos, tem crescido. Ou seja, seis de cada sete assassinatos são motivados por arma de fogo. Foi identificado ainda como um dos fatores agravantes dessa situação a desigualdade social que afeta a renda e ressalta ainda que as mortes mais violentas nas regiões tem cor, nível social e idade.

Alagoas X cana-de-açúcar

A história do sétimo maior produtor do setor sucroalcooleiro que
sobrevive da plantação da cana-de-açúcar desde a época da colonização

Por Beatriz Nunes e Ingryd Brito

Segundo menor estado do Nordeste, atualmente com mais de três milhões de habitantes, Alagoas é um estado cuja economia gira em torno da cultura da cana-de-açúcar, primeiro produto explorado nas terras recém-descobertas pelos portugueses em pleno século XVI. É também este mercado que dita o ritmo da vida do povo alagoano, desde o engenho do passado até os dias atuais.
            A produção sucroalcooleira em Alagoas teve início a partir da visão do alemão Cristovão Lins ao chegar ao Estado, à época pertencente a Pernambuco e comandado pelo donatário Duarte Coelho. Os registros históricos retratam que Cristovão fundou os três primeiros engenhos alagoanos, que receberam o nome de Bueno Aires, Escurial e Maranhão, na região de Porto Calvo, hoje cidade da região Norte.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Liberdade virtual

Como o software livre, aos poucos, encontra espaço no mercado
José Aragão  - 6º período de Jornalismo




Navegador de internet Firefox é considerado software livre / REPRODUÇÃO
 Você já pensou em  fazer parte de uma revolução que poderia acabar com  grandes corporações? Não? Pois se você usa programas virtuais como o navegador de internet Firefox ou a suíte de escritório BR-Office, saiba que já está fazendo parte de uma: o software livre.
Em  Maceió, o sistema operacional Linux está sendo bem aceito pelos que desejam  comprar um  computador, mas por um  motivo implícito. “Os clientes compram  o computador com  Linux  pelo preço baixo, depois instalam  o sistema Windows”, afirmou Cleane Roberta, uma das coordenadoras da RN Informática. Fábio Vieira Barroso, monitor da Casa do Cartucho do Maceió Shopping, diz que a mesma coisa acontece na loja. “As pessoas pedem pelo computador e, quando avisamos que o sistema operacional é o GNU/Linux, elas falam: ‘ah, tá. Depois eu troco ”.
Além  disso, a competição entre os dois sistemas é difícil, uma vez que, ainda de acordo com  Fábio Vieira, a diferença de preço entre um  computador com  Linux e um  com o Windows, é em  torno de 200 reais a mais. Isso porque o Linux é um  software livre que, além  de ter seu código fonte aberto e disponível, não precisa de licenças para ser distribuído. Na loja de informática Suprifitas, por exemplo, o vendedor Carlos Eduardo Ribeiro dos Santos afirma existir  uma venda positiva das máquinas com o sistema de código fonte aberto, declarando uma média de “10 a 12 máquinas vendidas ao mês”.
Numa definição criada pela Free Software Foundation, software livre é qualquer programa de computador que tenha seu código-fonte disponível para uso sem restrições. Isso acarretaria na liberdade para qualquer usuário, que saiba manipular códigos virtuais, estudar, modificar e expandir o programa. Para entender melhor, é necessário visualizar um software como um agrupamento de idéias e estudos. Esse agrupamento é codificado e protegido, de modo que apenas quem possui seu código-fonte poderia acessá-lo. Dessa forma, o programa pode ser comparado como um  baú, cheio de riquezas, enquanto o código-fonte torna-se sua chave.

Empresas como a Microsoft negam o acesso a esta chave, limitando o usuário a utilizar apenas o que ela disponibiliza, ato considerado uma estratégia mercadológica, obrigando seus clientes a pagarem pelas novas versões e modificações. Esta estratégia serve também para impedir que empresas competidoras lucrem em cima de anos de estudos, e grandes quantias de dinheiros investidos em desenvolvimento.

Um pouco de história

  No ano de 1983, o hacker Richard Stallman deu início ao Projeto GNU, com o objetivo de criar um  sistema operacional que seguisse as quatro regras fundamentais do software livre: liberdade para executar qualquer programa, para qualquer propósito; liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas necessidades; liberdade de redistribuir, cópias de modo que você possa ajudar ao seu próximo; e liberdade de modificar o programa, e liberar estas modificações, de modo que toda a comunidade se beneficie.

Richard Stallman e Linus Torvalds
REPRODUÇÃO

Embora motivado, Stallman e sua equipe não conseguiram  desenvol ver um  núcleo que suportasse os programas criados. As peças estavam  todas lá, mas faltava uma parte final, e mais importante, do quebra-cabeça. O impedimento foi apenas resolvido quando o hacker e engenheiro de software, Linus Torvalds, criou o Linux, em 1991. O núcleo criado por Torvalds suportava todos os programas do Projeto GNU, de modo que os dois se fundiram e foi criado o sistema operacional GNU/Linux, que muitos intitulam  apenas de Linux.

A Voz dos Usuários

Os que usufruem  do sistema GNU/Linux  afirmam  que uma das vantagens é a pouca quantidade de vírus criados para o sistema. “A maioria dos vírus são criados para Windows, o que torna o uso do GNU/Linux uma opção muito mais segura”, afirma o cinegrafista e editor Abednego Ferreira. Entretanto, ele usou o sistema operacional de código aberto durante pouco tempo, pois os programas usados pelo editor não são compatíveis. Além  disso, ele afirma não conhecer nenhum  software para GNU/Linux que ofereça um  desempenho tão bom  quanto os rodados nos sistemas Windows.

O designer Jorge Santos, confessou ter cogitado usar o GNU/Linux, uma vez que as novas versões do sistema operacional da empresa Microsoft, o Windows, parecem  não estar oferecendo melhoras significativas. “Posso até usar o Linux, pois, até agora, o Windows ficou estagnado em  sua versão XP. Todos os novos sistemas oferecidos pela empresa não apresentam  melhor desempenho, além  de serem  programas muito pesados.”, declarou.

É claro que muitos nem  cogitam fazer a transição dos sistemas operacionais privados para os livres. Edberg Calheiros, estudante de Publicidade, contou que já teve uma experiência desagradável com  o produto, afirmando que “não gostou nada dos serviços oferecidos”. “Meu notebook veio com  ele já instalado, mas mandei tirar imediatamente. É muito complicado.”, completou o futuro publicitário.

Software livre para o trabalho




Funcionários do Interjornal usam o sistema Ubuntu para cadastrar notícias

 CRÉDITO: José Aragão

 Enquanto isso, as empresas parecem  estar aderindo cada vez mais aos sistemas trabalham  com o núcleo Linux, especialmente as que usam  muitos computadores. O produto Interjornal, banco de dados e notícias do grupo InovSi, é uma dessas empresas. Ela adotou o sistema operacional de código aberto Ubuntu, que tem o Linux como núcleo de seus programas. O diretor do grupo InovSi de Maceió, Celso Rubens de Carvalho Xavier, afirma que a escolha do sistema operacional foi uma escolha financeira. “O fato de não ter necessidade de uma licença foi o atrativo principal. Temos mais de 15 máquinas, e pagar uma autorização para cada um  deles não é viável”, declarou o diretor. Em  sites de venda online, o valor do Windows XP Professional Português, um  dos mais usados, custa em média 600 reais.

GNU/Linux é usado em um dos servidores da produtora
CRÉDITO: José Aragão

O bacharelando de Análise de Sistemas, Paulo Pimentel, revela que o GNU/Linux é sua melhor ferramenta de trabalho. “Uso todo dia, pois confio no sistema. Ele é gratuito, posso fazer as modificações necessárias e o melhor de tudo: sem  vírus algum”, afirmou o estudante.  Já Fernando Guedes, produtor da empresa de vídeo profissional Preview, confessou que não utiliza o GNU/Linux pessoalmente, porém, confia no sistema o suficiente para armazenar boa parte dos arquivos da empresa, considerando-o “um  sistema seguro e estável”.
As Lojas Maia também  seguem  o exemplo, usando o software como sistema operacional de seus caixas. O motivo é o de sempre: segurança, estabilidade e gratuidade. Três adjetivos difíceis de encontrar no mundo virtual.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Nem só de peixe vive a aquicultura

Com instalação da depuradora de ostras em Coruripe, são criadas novas perspectivas de negócio nesse setor em Alagoas

Maria Barreiros - 7º período Jornalismo

Às cinco da manhã ela já está de pé, vai à beira-mar para repor, virar, recolher as ostras que não cresceram, retirar sujeiras ou impurezas e finalmente tirar da mesa de cultivo e começar o trabalho de desencaixamento, até as quatro ou cinco horas da tarde. No entanto, se a maré mudar e começar a encher, é preciso recolhê-las para fazer o desencaixamento em casa. Essa é a rotina de dona Edite e de vários ostreicultores, de segunda a segunda, inclusive domingos e feriados, em Barreiras, no município de Coruripe.

Dona Edite Lessa é a presidente da Associação de Ostreicultores de Barreiras de Coruripe (Aobarco) e relatou como é o trabalho diário para quem cultiva e produz a ostra. “As sementes são capturadas por meio de coletores – garrafas pet, pedaços de PVC – no mangue. Em torno de 15 dias elas se grudam nos objetos. Depois são colocadas nas mesas de cultivo, permanecendo lá por aproximadamente oito meses. Tempo necessário para o desenvolvimento e engorda dos moluscos que precisam chegar a oito centímetros para serem vendidos,” explica.

Até poucos anos atrás os ostreicultores enfrentavam outra dificuldade: a fragilidade das mesas de cultivo. Essas eram feitas com varas de madeira, tela e plástico. Segundo o coordenador do Projeto de Ostreicultura no Litoral de Alagoas, do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o agrônomo Manoel Ramalho, a madeira se deteriora em menos de seis meses e, apesar de ser fácil de conseguir na natureza, são retiradas dos mangues, o que é proibido, por causar a insustentabilidade daquele ambiente.

“As mesas medem um metro de largura e dois e meio de comprimento, dispõem de telas, na parte superior e inferior e são feitas de PVC, material resistente e eficaz, evitando o gasto de madeira e retrabalho dos ostreicultores, além de evitar a degradação dos mangues,” completa.

Gestão, associativismo, tecnologia e ações de mercado

Em 2001 o Sebrae iniciou a atuação nesse setor com o Projeto Estuarinas de Alagoas. O objetivo foi desenvolver a aquicultura sustentável. Em 2002, para facilitar o apoio aos pequenos produtores e acompanhar a instalação dos primeiros módulos de cultivo, foi contratado um especialista em Maricultura, que capacitou, por meio de cursos e seminários, a maioria dos produtores. “Implantamos as unidades na Barra de São Miguel e Coruripe, depois expandimos para Passo de Camaragibe e Porto de Pedras e hoje 11 municípios são contemplados,” comenta Ramalho.

De acordo com dona Edite, a mudança das mesas de cultivo de madeira para as de PVC foi o avanço que eles precisavam. “O Sebrae fez a intermediação para que a Eletrobrás e o Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS) doassem essas mesas de cultivo para a gente e assim nosso trabalho está garantido. Embora seja pouco, é uma renda mais certa,” afirma.

Manoel Ramalho explica que essa tecnologia foi inserida na produção das ostras em todos os módulos de cultivo. O que não foi possível através de doação, foi financiado no Banco do Nordeste, pelos próprios ostreicultores, conforme nossa orientação,” explica o coordenador do projeto.

Alagoas conta hoje com quatro grandes áreas de cultivo de ostras. Barra de Camaragibe, em Passo do Camaragibe, Porto de Pedras, Palateia, na Barra de São Miguel e Barreiras, em Coruripe. “A produção de ostras é de boa qualidade, além de colaborar para o desenvolvimento sustentável dos municípios”, confirma Ramalho.


Crédito: Maria Barreiro
 Ostreicultura: cultivo ecologicamente correto

A produção de ostra é apoiada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e outros órgãos ambientais porque é uma espécie nativa da região e seu cultivo é ecologicamente correto. Ele evita a degradação do meio-ambiente, que acontece, por exemplo, com o extrativismo.

Outro fator positivo, nessa atividade econômica, é a alimentação do molusco. A ostra se alimenta apenas de organismos planctônicos, que são pequeninas algas abundantes nesse tipo de bioma aquático. Com isso não é necessário no cultivo, o gasto com insumos, como é o caso da piscicultura, com as rações. Além disso, é um animal filtrador, que limpa a água, atraindo peixes e camarões para toda a área.

Nova perspectiva para o negócio

A inauguração da depuradora de ostras no município de Coruripe em 2011, trouxe novas perspectivas para os produtores e os que comercializam o molusco em Alagoas.

De acordo com Manoel Ramalho, o ideal para o mercado é que a depuradora fosse construída na Barra de São Miguel, por ser considerada a maior cultivadora do Estado e até do Nordeste, no entanto a prefeitura não conseguiu disponibilizar em tempo hábil, um terreno com as características exigidas pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid), a investidora do empreendimento. “Dessa forma, a depuradora foi escolhida para ser em Barreiras, porque além de ter um bom cultivo do molusco, a área para a construção fica em frente ao mar, o que foi uma das exigências da agência espanhola, e como a prefeitura de Coruripe encontrou e cedeu o terreno, ficou mais fácil,” esclarece.

Crédito: Maria Barreiros
Para a ostreicultora e vendedora de ostras nas praias de Coruripe, dona Maria José dos Santos, a expectativa da depuradora funcionar é grande. O retorno esperado é de receber pelo menos um salário mínimo, depurando mil ostras por mês. “Não vejo a hora de começarem a limpar as ostras, com a depuração. Porque depois de limpas, elas vão ter um selo, e nós, produtores vamos vender em maior quantidade, vai ser mais valorizada e poderemos cobrar mais caro por ela, aumentando nossa renda que não passa de R$ 100 por mês,” conta.

Para o superintendente da Secretaria de Estado da Pesca e Aquicultura (Sepaq), o oceanólogo, Ricardo Nonô, testes estão sendo realizados para comprovar a higienização com relação ao ambiente e a eficácia na depuração das ostras. “Só podemos garantir o pleno funcionamento da depuradora, em dezembro de 2011, porque precisamos nos certificar de que o maquinário e as instalações estão de acordo com as normas corretas de funcionamento. Com ela funcionando, vamos aliar qualidade, segurança alimentar, além de agregar mais valor ao produto,” explica.

Ainda segundo o oceanólogo, com a chegada de novos materiais, equipamentos e assistência técnica, a previsão é produzir 200 mil ostras depuradas, somente no ano de 2012. Cerca de 150 famílias, que vivem do cultivo do molusco no Estado também serão beneficiadas. Principalmente com a inclusão do Selo de Inspeção Estadual (SIE) no produto, para formalizar a comercialização formal.

De acordo com dona Edite, a prefeitura de Coruripe tem ajudado porque mantém funcionários na depuradora, mesmo sem o pleno funcionamento. “Hoje têm dois vigias, um serviçal, um motorista, para o carro que conseguimos por meio de emenda parlamentar. Além disso, atendemos ao público das 8 às 11h e no período da tarde das 13 às 16h,” detalha. Segundo dona Edite, a limpeza das ostras ainda é realizada uma a uma, através de escovas. Ricardo Nonô informa que, até o pleno funcionamento da depuradora, as ostras devem continuar sendo limpas dessa forma.



Expectativa de novo tempo para o segmento


Crédito: Edson Maruta
 Com a recente criação da Secretaria de Pesca e Aquicultura no Estado, especialistas no assunto podem contribuir com assistência técnica na ostreicultura. Prova disso é a integração com a Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Outro exemplo são os técnicos da Sepaq e Sebrae que, mensalmente, levam ostras para serem analisadas e saber se estão nutricionalmente corretas e próprias para consumo humano.

Ricardo Nonô também adianta que está sendo realizado estudo para viabilização de projetos junto ao Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Essas ações envolvem fomento no cultivo de ostras, a aquisição de sementes de ostra, de materiais e equipamentos, além do investimento em novas tecnologias para o aumento da produção do molusco.



terça-feira, 18 de outubro de 2011

Prêmio Braskem de Jornalismo 2011.

Fonte: Sindjornal

27ª Festa da Cultura levantou a autoestima do povo de Quebrangulo

Eugênio Albuquerque - 6º período Jornalismo


O XXVII Festa da Cultura terminou no último domingo em Quebrangulo/AL, depois de quatro dias seguidos de muitas atividades culturais, shows musicais e inaugurações de obras da reconstrução da cidade, arrasada há pouco mais de um ano e três meses, em decorrência da forte cheia provocada pelos rios Paraíba e Quebrangulinho. “Nós estávamos precisando de um evento de grande porte como este; para mostrarmos aos milhares de visitantes, que somos fortes; sobretudo quando se trata daquela tragédia histórica que afetou grande parte da nossa população; mas, que hoje, estamos a todo vapor recuperando o que foi perdido, graças aos apoios que chegaram de toda parte, tanto da sociedade alagoana como dos governos federal e estadual” disse o prefeito Marcelo Lima, destacando ainda que a festa veio como uma dose de autoestima para todos os quebrangulenses, num evento, que por incrível que pareça, segundo ele, foi o mais consagrado de todos os demais já realizados; tanto de público, atrações musicais, animação, tranqüilidade e estrutura de um modo geral.


O vice-prefeito Artur Lima responsável pela organização do Festival, afirmou que o êxito do evento deu-se em função do apoio conseguido pela prefeitura junto ao Ministério do Turismo, Chesf, Governo do Estado, Banco do Brasil, FIEA, Banco do Nordeste, BNDES e da Fundação Graciliano Ramos. “Correu tudo dentro do esperado. Foi uma festa maravilhosa e cheia de brilho. Para quem perdeu, com certeza agora só tem é muito que lamentar ou esperar para o próximo ano” disse  Artur Lima, ressaltando a importância da movimentação econômica, para a cidade de Quebrangulo, durante esse período, principalmente na geração de emprego e renda.
Políticos presentes


Além de uma infinidade de pessoas vindas de toda parte de Alagoas, inclusive de outros estados vizinhos, o Festival contou com a participação de políticos como; o governador Teotônio Vilela, seu vice, José Tomás Nonô e secretários de Estado; senador Renan Calheiros, os deputados federais Maurício Quintela e Célia Rocha, deputados estaduais Dudu Holanda e Val Gaia, Sérgio Toledo e prefeitos de vários municípios

Na jugular - Uma Resenha Cultural de A Hora do Espanto

José Aragão - 6º período Jornalismo


Créditos  foto: Reprodução

Exagerado por natureza, o terrir (termo que categoriza filmes que misturam terror com comédia) A Hora do Espanto, considerado um quase clássico dos anos 80, vem arrecadando fãs ao longo de seus mais de 20 anos de produção. Como um tubarão faminto que nada velozmente para devorar sua vítima ao menor sinal de sangue na água, os sempre destemidos produtores de Hollywood farejaram dinheiro e decidiram encomendar uma refilmagem da adorada película. O resultado é um filme eficiente, mas que não serviria nem para lustrar os sapatos de seu primogênito.
O roteiro, escrito por Marti Noxon, baseado no original de Tom Holland, segue a história de Charlie Brewster (Anton Yelchin), nerd que finalmente conseguiu engatar um namoro com a gostosona da escola e está com a vida estruturada. Mas tudo muda quando o galante Jerry torna-se seu vizinho. História vai, história vem, Charlie descobre que Jerry não é nada mais nada menos do que um grande apreciador de jugulares humanas.

O diretor Craig Gillespie (do excelente A Garota Ideal) consegue imprimir bastante tensão ao filme, criando ao menos duas cenas absolutamente fantásticas: a tensa conversa entre Charlie e Jerry na cozinha e o ótimo plano-sequência dentro de um carro. Essa última cena, aliás, é o ponto alto do filme. Com o óbvio auxílio de efeitos visuais, Gillespie concebe uma sequência com excelente timing, onde o veículo consegue a proeza de ser atingido por uma moto, atropelar um vampiro e ser atingindo por outro carro, tudo isso sem corte aparente.
Colin Farrell se diverte bastante com o personagem, aproveitando todas as liberdades concedidas pela natureza animalesca do vampiro Jerry. Note o seu olhar, que parece estudar todos os cantos do cômodo em que se encontra, afim de descobrir quais saídas suas vítimas podem querer usar. Além disso, com sua voz rouca, imposição física e uma inabalável segurança e calma (ilustrada pelo fato de estar sempre segurando uma maçã, como se essa fosse sua refeição favorita), Farrell cria uma figura que nos faz temer pelo destino do protagonista.
David Tennant, por sua vez, cria um Peter Vincent completamente diferente do original, o que já anula de vez as já esperadas comparações. Seu Caçador de Vampiros é um homem egocêntrico, cachaceiro, sarcástico, mulherengo e não se importa nem um pouco com isso. Ainda assim, o beberrão ganha o coração do espectador graças às suas atitudes e reações, que lembram uma criança sem noção alguma do que acontece ao seu redor.
Quanto ao restante do elenco, todos estão adequados. Como protagonista, Anton Yelchin segura bem o elenco. Toni Collette não tem nada para fazer como a mãe de Charlie Brewster, a não ser flertar com o inimigo, gritar e ficar em coma, enquanto Imogen Poots se sai um pouco melhor, usando seu carisma e beleza. Mas é uma grande tristeza constatar que Christopher Mintz-Plasse esteja preso ao eterno papel de McLovin, o perdedor da comédia Superbad. Mesmo sempre eficiente, o franzino rapaz merece uma oportunidade de fazer algo diferente.

É uma pena, portanto, que o roteiro perca tempo com besteiras como um aplicativo para arrombamento de portas que, obviamente criado com o propósito de lembrar aos espectadores em que década o filme se passa, torna-se um artifício forçado, sem graça e inútil já que, pasmem, o vilão mantém uma cópia da chave de sua porta no quintal.
Aliás, que tipo de vilão deixa a chave do seu abatedouro escondida em uma pedra falsa, para que qualquer bisbilhoteiro possa entrar a hora que bem entender? Desse modo, fica até fácil de entender como foi que este Jerry já sentiu uma estaca varar seu corpo: ele provavelmente se empalou por acidente. Mas o roteiro não é de todo ruim: além de citar frases do original sem soar forçado (You’re so cool, Brewster), a roteirista Marti Noxon consegue imprimir uma bem-vinda dose de humor à produção.
Outro aspecto que chama a atenção e diferencia esta refilmagem de seu original, é sua época. Não pelo fator data, mas por suas, digamos, ideologias. Enquanto o original, produzido na década de 80, abraçava o exagero característico de seu tempo, a refilmagem exclui esta possibilidade. Dessa maneira, os efeitos especiais datados da produção original apenas adicionavam mais charme ao filme que, junto com suas roupas coloridas e tema musical composto com longos solos de guitarra e teclado, quase que retratavam o que havia de pop naqueles tempos.
Sem esse extra, a refilmagem, com seus erros e acertos, soa apenas como uma boa história de terrir, com boas atuações e direção, mas com um roteiro mediano. Um bom filme de vampiros, e só.



A Hora do Espanto (Fright Night)
Ano: 2011
Direção: Craig Gillespie
Roteiro: Marti Noxon
Elenco: Anton Yelchin, Colin Farrell, David Tennant, Toni Collette, Imogen Poots, Christopher Mintz-Plasse e Chris Sarandon