Cecília Tavares
O Instituto Eco-Engenho, organização não governamental presidida pelo engenheiro de pesca e ambientalista, José Roberto Fonseca, está desenvolvendo mais um projeto sócio-ambiental. Financiado pela USAID-Brasil, e em parceria com a Mineração Vale Verde (MVV), o projeto, denominado Recuperação de Áreas Degradadas, com Reflorestamento Sócio-Produtivo, acontece na região agreste, no município de Craíbas, próximo a cidade de Arapiraca.
José Roberto Fonseca (à esq.) e integrantes da Mineração Vale Verde. (Foto: Projeto) |
O Instituto Eco-Engenho, organização não governamental presidida pelo engenheiro de pesca e ambientalista, José Roberto Fonseca, está desenvolvendo mais um projeto sócio-ambiental. Financiado pela USAID-Brasil, e em parceria com a Mineração Vale Verde (MVV), o projeto, denominado Recuperação de Áreas Degradadas, com Reflorestamento Sócio-Produtivo, acontece na região agreste, no município de Craíbas, próximo a cidade de Arapiraca.
A Mineração Vale Verde procurou o Instituto Eco-Engenho para o desenvolvimento de um projeto que pudesse manter os agricultores que estão situados sobre, ou nos arredores das minas de cobre e ferro. O Eco-Engenho ficou responsável por pensar numa forma de reassentar esses pequenos agricultores de maneira sustentável, com uma proposta de geração de trabalho e renda, e com a concepção do uso de produtos de alto valor agregado. “Há uma certa quebra de paradigma, no sentindo de não permanecer tratando os pequenos agricultores com culturas de subsistência, mas buscando capacitá-los e lhes dar a chance de produzir algo que lhes tire da pobreza crônica. ”, esclarece Fonseca.
Foi então que surgiu o projeto, apelidado de “pimenta rosa”, cujo carro-chefe é a Aroeira, Schinus terebemthifolus-RADI, uma árvore que atinge entre cinco e dez metros de altura, cujo fruto é a pimenta rosa, semelhante em dimensões a pimenta do reino, mas de um vermelho forte, gosto adocicado e levemente picante. É largamente utilizada na culinária francesa, onde uma embalagem, com 35g, tem o preço médio de 7,5€ (euros), aproximadamente R$ 17 reais.
Muda de aroeira (Foto: Projeto) |
O plantio da Aroeira foi iniciado o ano passado, numa área de 4,5 hectares, completamente degradada. As mudas vieram do norte do Espírito Santo, da cidade de São Matheus. A idéia central do projeto é ter essa região reflorestada, não esquecendo as populações locais. “Não é a ecologia pela ecologia, mas há também a preocupação de geração de renda sustentável. O semi-árido brasileiro é a área de mata seca de maior densidade do mundo, então é preciso pensar nas pessoas que moram ali e que fazem o uso inadequado do solo e das riquezas naturais que os envolvem”, afirma Fonseca.
A primeira colheita acontecerá em oito meses. Enquanto as Aroeiras que foram plantadas estão se desenvolvendo, nos intervalos entre as árvores, de cerca de cinco metros, estão sendo experimentados plantios de culturas de ciclo curto, para que os agricultores possam ir sobrevivendo desses produtos consorciados, enquanto as árvores crescem. Além das culturas tradicionais da região, estão sendo feitos testes com produtos de alto valor agregado, como por exemplo, o gergelim e o girassol, plantas de fácil manejo e que se dão bem com a Aroeira. “A idéia aqui não é apenas gerar renda, mas um consórcio de equilíbrio natural entre as plantas, uma vez que os passarinhos podem comer, além da pimenta rosa, os outros frutos, o que pode gerar uma competição e um equilíbrio ambiental e, conseqüentemente, um maior controle biológico da produção” explica o engenheiro.
Área já plantada. (Foto: Projeto) |
O mercado brasileiro já começa a ficar aberto para esse tipo de produto, uma vez que é possível encontrar, no eixo Rio- SP, cafés e restaurantes utilizando a pimenta rosa em sorvetes, bebidas e diversos pratos gourmet. Com referência a sua utilização para a linha de cosméticos, os óleos essenciais de Aroeira já são amplamente utilizados para a produção de hidratantes, sabonetes e cremes.
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