Heder Rangel (Foto: Arquivo Pessoal) |
Sei que publicidade é estratégia de comunicação e técnica persuasiva. A gente aprende que os grandes astros e estrelas desta forma de comunicação devem ser os produtos, as marcas e os clientes. E faz sentido. Então, por que a propaganda se apresenta tão fascinante, mas ao mesmo tempo, caracterizada por certa desconfiança social? Por que a beleza dos comerciais, capitaneada pela destreza das técnicas sonora, imagética e textual, quando utilizadas na apresentação e argumentação de ideias, causa, quase que simultaneamente, admiração e ceticismo?
Publicitários, empresas, comerciais, produtoras e veículos estão juntos em uma engrenagem que culmina em instantes produzidos, veiculados, olhados, percebidos, ouvidos. Tudo faz parte do que é mostrado e por ser assim, está aberto a interpretações. Existem, pois, diversas percepções e realidades distintas, mas, provavelmente, não em sua totalidade dissociadas. O que ocorre assemelha-se a uma imagem, que é una, porém, não indivisível. Pode ser que algo ou alguém, dentre tantas manifestações, se sobressaia. Momentaneamente. Isso é até natural. Mas, por que a qualificação de fogueira de vaidades?
As instituições envolvidas no processo de criação, produção e veiculação publicitárias têm, todas elas, um jeito, uma maneira, um toque de operacionalizar a comunicação dentro de um mercado que é um campo de batalhas. Ele tem e dita regras; estabelece contratos; mexe com as pessoas; trabalha mentes e corações. O mercado é ainda luzes ou trevas. Holofote ou bastidor. Contudo, o mercado é também o lugar onde os valores sociais se mesclam. Assim, quero sempre acreditar em mudanças: de entendimento, de trabalho, de competência, de lealdade, de concorrência, de criatividade, de formação.
Creio que os cursos de comunicação social – marketing, jornalismo e publicidade, por exemplo – nos têm ensinado muita coisa. E podem ajudar ainda mais: para que haja o amadurecimento do processo de consciência social, para que as pessoas sejam formadas e informadas sem a pressa de uma administração fácil e desconexa, em que se tem a impressão de um ganho direcionado.
É, talvez, neste espaço que o ilusório pode se estabelecer. E assim, as pessoas costumam repetir ações. E o ciclo se fecha. Será que falo de utopia?
Bem, penso que propaganda é um produto feito por pessoas para pessoas. E acredito que deve haver dignidade, respeito e ética desde o atendimento ao cliente, passando pela concepção do anúncio até a veiculação e a consequente comercialização. Se existe mesmo a tal fogueira de vaidades, eu não sei. Mas, dizem que quem brinca com fogo pode se queimar. E muito.
Prof. H. Rangel, simplesmente, o melhor.
ResponderExcluirAcabei de lembrar de boas aulas ministras por vc ao ler o seu comentario H.Rangel, essa paixao pela propaganda e com a comunicaçao em si é fascinante! Muito bom ter aprendido com vc.Sorte dos seus atuais e futuros alunos.
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