Marcos André Aguiar
Branquinhences assistindo ao documentário. (Foto: Marcos André) |
Após duas visitas que resultou em um projeto cinematográfico na cidade de Branquinha, os alunos idealizadores voltaram ao município para exibir o documentário. Com eles, também estavam alunos de Comunicação e Psicologia do Cesmac. O filme A Cidade das Águas Claras foi exibido em praça pública e teve acompanhamento de apresentações culturais da cidade. Segundo Camila Guimarães, uma das produtoras do filme, o retorno à comunidade para mostrar o produto final é indispensável, pois “eles são as estrelas do filme, sem eles, nada disso teria acontecido”.
O público assistiu atento e em muitos momentos não conteve as lágrimas. Maria das Graças, moradora antiga da cidade, não teve vergonha de expor suas emoções perante todos. “Só quem passou por tudo isso sabe o impacto que essas imagens causam”, disse, emocionada. De acordo com a prefeita Renata Moraes, o documentário será de grande importância para manter viva a identidade histórica da cidade, que muitas vezes é esquecida por essas tragédias. Para ela, além de fazer um registro da antiga Branquinha, o filme também traz uma proposta de reconstrução de uma identidade cultural da cidade, uma vez que o filme levanta a auto-estima dos branquinheces. “Quando eles se vêem na tela, sentem-se mais capazes. Pois mostra que são os protagonistas e constroem a cada dia a sua história, e a história de seu lugar”.
A Cidade das Águas Claras é um curta-metragem, de aproximadamente 20 minutos, tem característica maior de reviver o passado, abordar a realidade atual e compor uma nova perspectiva, através dos relatos emocionados de sua gente. Contemplados em uma lente cinematográfica. (Para assistir ao documentário, clique AQUI).
O trabalho teve o foco na destruição da Branquinha enquanto coletivo, sobretudo da cidade e memória, que vai além dos muros e das perdas materiais, seguindo sempre a perspectiva do rompimento histórico da cidade, já que a enchente destruiu todo registro da memória da cidade. Apagando dos moradores o que era seu município, tanto simbolicamente, quanto na sua arquitetura. “A proposta principal é a possibilidade de transformação do indivíduo em sujeito histórico e comunitário, através do registro da produção audiovisual”, destacou o Prof. Ms. Cláudio Jorge.
O professor Cláudio Jorge vê esse projeto como uma iniciativa para se construir um grupo de discussão sobre a temática e um projeto de iniciação científica - Extensão- que tem a intenção de visitar novamente o interior de Alagoas, para fazer cineclubes e discutir junto do povo a arte, a cultura e identidade de Alagoas através da memória de seus atores reais.
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