segunda-feira, 4 de abril de 2011

Violência em Alagoas: Tem solução?

Professor Jorge Vieira

Jorge Vieira (Foto: Arquivo)
A violência em Alagoas virou um tema recorrente em nível nacional e, consequentemente, com repercussão local. Aliás, somente assim consegue despertar a atenção da população e, infelizmente, das autoridades. Quando a chamada grande mídia os altos índices de homicídios, furtos e roubos em Alagoas, governantes e parlamentares, muito mais para dar satisfação à opinião pública, demonstram preocupação e agilidade em produzir peças publicitárias veiculando que o estado é o paraíso das mil maravilhas em que as políticas são eficientes e operantes.


Sobre os dados da violência, já são amplamente divulgados e bem conhecidos pela população. Apesar disso, os governantes estaduais fazem de conta de que nada existe! O que mais preocupa, quando apresentam saídas, são medidas paliativas e ineficientes. Exemplo é a cantilena da repressão policial, tão bem divulgada pelos programas radiofônicos e televisivos.

Mas, por que até hoje não conseguiram resolver a questão? Ao contrário, o problema se agrava e, cada vez mais, a população fica a mercê da desenfreada violência. Por um lado, o problema tem raízes históricas, consolidado em nível de concentração de renda, monopólio da terra e a monocultura da cana de açúcar. Por outro, as políticas implantadas tradicionalmente há 500 anos no Estado só produzem exatamente o que os políticos dizem combater!

O que se percebe pelos dados, os mais afetados estão na população miserável e excluída da sociedade, especial dos jovens. Que perspectiva tem a juventude pobre de Alagoas? O nível educacional, o desemprego, a renda familiar são baixíssimos! A possibilidade de sair da marginalidade beira a quase zero!

Infelizmente, a própria sociedade alagoana não tem apresentado soluções efetivas, adequadas e duradoras. Ao contrário, também desenvolve ações paliativas e imediatistas. Para atingir as causas centrais do problema, precisa que a sociedade organizada e suas instituições analisem profundamente a estrutura econômica, as políticas públicas de educação, saudade e segurança, e apontem mudanças profundas na transformação social.

E, da parte governamental, que as políticas públicas saiam da publicidade e partam efetivamente para a realização de concurso e qualificação dos agentes públicos, a execução da reforma agrária, a demarcação das terras indígenas, a educação e a saúde pública ampla e de qualidade, a capacitação da população e a geração de emprego e renda para toda população. Isso se os governantes quiserem fazer baixar verdadeiramente os índices de violência, acompanhada de uma política eficiente de segurança.

Pode-se afirmar, em poucas palavras, é preciso despertar no seio da população pobre a perspectiva de vida e elevar sua autoestima, possibilitando a melhoria e qualidade de vida.

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