Cecília Tavares
Com menos de um ano de formado, o engenheiro sanitarista e ambiental, Davi Fonseca, de 25 anos, está a caminho do quarto emprego, na quarta cidade diferente. Não por falta de competência e subsequentes demissões, mas por receber ofertas de trabalho cada vez mais promissoras.
Este ano, de acordo com o Sinduscon, o setor civil deve crescer 6,1% |
Hoje, essa é a realidade da maioria dos recém formados em Engenharia no Brasil. O setor vem se expandindo, em virtude da expansão do crédito na área habitacional e de infraestrutura, além dos recursos do programa “Minha casa, Minha Vida”. Em 2010, o país fechou o ano com a geração de 350 mil novos empregos com carteira assinada no setor.
Segundo estimativas divulgadas pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon), o setor deve crescer 6,1% este ano. Entre os principais desafios para a indústria da construção, na avaliação do SindusCon, estão a continuidade do programa habitacional, o desenvolvimento de novas fontes de financiamento, a busca por inovações tecnológicas, o custo dos terrenos e a escassez de mão de obra.
Embora a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) tenha detectado um leve desaquecimento no setor da construção civil no mês de abril, o nível de atividade e o número de empregados no setor mantiveram-se. A procura por mão de obra especializada é tão grande que o Brasil passou a não só empregar massivamente os recém formados, como também importar engenheiros de outros países. É o caso de Filipa Saraiva, 23 anos, portuguesa, recém formada em engenharia civil, que desembarca no Brasil em julho, com emprego certo. “Como a situação em Portugal está complicada em virtude da crise financeira, resolvi aceitar a proposta de uma grande construtora brasileira e estabelecer meu caminho profissional aqui, onde as oportunidades parecem brotar”, explica a engenheira.
Em 2010, 350 mil novos empregos foram gerados pelo setor de construção civil |
No caso de Fonseca, a última oferta de emprego foi tão promissora, que o fez abandonar um emprego concursado por acreditar que o risco valia a pena. “Embora meu antigo emprego apontasse para a estabilidade, optei pelo risco, com uma proposta salarial irrecusável e grandes possibilidades de crescimento dentro da empresa”, explicou o mais novo contratado da OSX Brasil, empresa pertencente ao grupo EBX, do multimilionário Eike Batista.
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